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Entrada no One Page Per Day!
Não deixa de ser interessante a proposta deste site: escrever uma página por dia, e somente uma página. Adorei a ideia! Por que não? A proposta é realizar um exercício diário de escrita, criar uma disciplina de escrita e manter-se bem, manter-se disposto a escrever, e organizado. E aí está a proposta para escrever uma página por dia: forçar-se a escrever e, principalmente, perceber que uma página, se bem usada, é um grande exercício de concisão, de continuidade, de busca exata pelas palavras.
O que me motivou a entrar nesta página é uma lembrança de que o grande Mário de Andrade, há quase cem anos atrás, sugeria algo muito parecido: escrever, ao menos, uma página por dia. Esta sugestão está em algum lugar de sua correspondência, não me lembro em que lugar agora. Paul Auster, em uma entrevista que li há muitos anos atrás no jornal "Folha de São Paulo", dizia o mesmo, algo como: escreva uma página por dia e veja o que você terá depois de 365 dias. E eles estão certos.
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Estranhamente vejo agora, pela tela do computador, o quanto ainda falta para escrever e, de repente, sinto a página simplesmente imensa! Acho que por ser um tamanho de página de papel ofício, mas não é só isso... Trata-se de preencher o papel com os pensamentos adequados, de marcar o papel não com qualquer coisa, mas com algo que tenha sentido. Esta é a proposta: não somente escrever a esmo, mas fazer deste "esmo" algo que realmente faça valer a pena, uma página bem construída, com uma história para contar. Neste momento, não tenho propriamente um enredo para contar, mas apenas a minha reação à página em branco, ao desafio de preencher bem esta página e torná-la importante.
E o que importa, aqui? Importa que este é o primeiro texto que escrevo nesta proposta de realizar histórias, narrativas, contar coisas em uma página. Então, nada mais justo do que expressar o que sinto diante do espaço de apenas uma página. E este desafio pode ser resumido da seguinte forma: encontrar a palavra justa, encontrar a sequência correta de palavras, visto que uma página se transforma, percebo agora, em um lugar com uma extensão muito relativa: em um determinado momento é uma imensidão para, poucos momentos depois, se transformar em uma propriedade com limites muito pequenos. E não é possível fazer caber um mundo, um sentimento, um estado mental ou um fato em apenas uma página se a escolha das palavras, o arranjo das frases, a disposição delas na folha, seu fluxo e sua sequência não são corretas, exatas.
Grande desafio, acompanhado de um pouco de ansiedade mas, principalmente, da certeza de que esta conquista da linguagem correta não se conquista sem disciplina, sem treino. Sem fazer aqui que Mário de Andrade e Paul Auster sugeriam:
- uma página por dia, sempre!

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